Por: Prof. Dr. Ricardo Zanuto
A testosterona e o cortisol são hormônios produzidos naturalmente pelo corpo humano, pelas glândulas supra-renais.
Comumente chamada de “Hormônio Masculino” a testosterona também é produzida pelo organismo da mulheres naturalmente e em sua maior parte, nos ovários. Já nos homens a produção em sua maior parte nos testículos e em ambos organismos uma menor parte é produzida através das glândulas supra renais. Por conta de sua associação com o sexo masculino, a testosterona carrega o estigma de “masculinização” para as mulheres, quando na verdade, sua presença equilibrada no organismo estimula e limita a produção de músculos, a queima de reservas de gordura como forma de energia, a disposição e nos homens ela tem influência direta sobre o desejo sexual. Já a cortisona tem relações diretas com os níveis e estresse, a saúde emocional, o sistema imunológico e a resposta a alergias e inflamações em nosso organismo, a produção de proteínas e uma relação com a produção de serotonina. Em ambos os casos níveis inadequados desses hormônios podem acarretar diversos problemas em nossas saúde, além de ajudar a agravar quadros como os da obesidade e depressão, por exemplo.
A algum tempo a alimentação e prática de exercícios físicos são associados à bons hábitos para manter a produção desses hormônios equilibrada em nossos organismo, e estudos recentes vem reafirmar ainda mais essa certeza, através de testes estudando os efeitos no organismo após a prática dos exercícios.
Já se sabe que os níveis de estresse interferem diretamente na produção dos dois hormônios. Esses estudos recentes revelaram que o treinamento de força também influenciam nas concentrações da testosterona e do cortisol no corpo. Isso ocorre devido as adaptações ao treinamento de forma aguda (momentânea) ou de forma crônica (a longo prazo). O aumento desses hormônios, durante o treinamento de força dependem de fatores como intensidade, volume e nível de treinamento Especificamente as concentrações de testosterona dependem de fatores extras como idade, sexo e massa muscular envolvida. Alguns estudos não verificaram o aumento do hormônio, mas uma sensibilidade maior ao mesmo, potencializando assim a sua ação.
O número de séries e repetições durante os exercícios influenciaram no aumento dos hormônios, mas houve uma faixa onde a testosterona estabilizou, mas o cortisol continuou a aumentar, já o tempo de descanso entre as séries não interferiu na concentração destes dois hormônios, apesar da sensibilidade do músculo em receber a testosterona ter sido maior nas pessoas que praticam atividades físicas, em comparação às pessoas sedentárias.
Foi constatado também que o tipo de fibra muscular também influencia na quantidade de receptores. Fibras do tipo 2, que utilizam o sistema anaeróbico como fonte de energia, têm seus receptores aumentados com o treinamento; já as fibras do tipo1, que utilizam o sistema aeróbico como fonte de energia, têm seus receptores diminuídos.
Os estudos também apontaram que mesmo homens que já entraram na Andropausa, mas praticam musculação se beneficiam do aumento dos níveis de cortisol e testosterona. Esses estudos não apenas reforçam de forma contundente a ideia de que os exercícios de força são fundamentais para nosso organismos manter uma produção equilibrada desses hormônios, mas mostram que a isso afeta diretamente a sensibilidade dele à ação dos mesmos e, mesmo havendo variações dos resultados por fatores como idade, nível de treinamento e tipo de fibra muscular, reafirmam a ideia de que a integração deles à rotina é uma estratégia inteligente para manutenção da saúde, em qualquer fase da vida.
Fonte:
Fatores relacionados com as respostas da testosterona e do cortisol ao treinamento de força.Rev Bras Med Esporte
Autors: CADORE, E.L; BRENTANO, M. A; LHULLIER, F.L.R; KRUEL, L.F.M.
Prof. Dr. Ricardo Zanuto é doutor e mestre em Fisiologia Humana e Biofísica pelo ICB-USP; Graduado em Nutrição clínica e esportiva; graduado em Educação Física com especialização em Fisiologia do Exercício, natação e atividades aquáticas
[online]. 2008, vol.14, n.1, pp. 74-78. ISSN 1517-8692.
Autors: CADORE, E.L; BRENTANO, M. A; LHULLIER, F.L.R; KRUEL, L.F.M.
Prof. Dr. Ricardo Zanuto é doutor e mestre em Fisiologia Humana e Biofísica pelo ICB-USP; Graduado em Nutrição clínica e esportiva; graduado em Educação Física com especialização em Fisiologia do Exercício, natação e atividades aquáticas