Pelo Prof. Dr. Ricardo Zanuto

Um indivíduo adulto de aproximadamente 70kg é capaz de armazenar somente 400-500g de carboidratos na forma de glicogênio, principalmente na musculatura esquelética e fígado.

Assim, em algumas dietas extremamente restritivas estes estoques chegam ao final rapidamente. Por ser essencial ao nosso corpo, será que o nosso organismo consegue produzir carboidratos por fontes alternativas como as proteínas e gorduras?

A resposta é sim!! Esse processo é conhecido como gliconeogênese (glico=glicose; neo=novo; gênese=criação) e representa a formação de glicose a partir de substâncias que não são os carboidratos.

Os aminoácidos das proteínas podem ser uma fonte significativa de glicose sanguínea. A quebra das proteínas no organismo gera aminoácidos, e alguns deles, sobretudo a alanina, podem ser convertidos em glicose pelo fígado.

A glicose é essencial ao cérebro e vários outros tecidos, se não consumirmos pelo menos 50-100g de carboidratos diariamente, nosso organismo produzirá a glicose necessária, principalmente á partir das proteínas.

Em relação às gorduras, quando metabolizadas, liberam moléculas de ácidos graxos e glicerol. Embora não exista nenhum mecanismo nas células humanas que consiga transformar ácidos graxos em glicose, o glicerol pode ser também convertido em glicose pelo fígado. Não obstante, alguns subprodutos do metabolismo dos carboidratos como o piruvato e lactato, também podem ser ressintetizados à glicose. Dessa forma, por mais restrita em carboidratos que seja sua dieta, o seu organismo gerará adaptações para que os níveis mínimos de glicemia sejam mantidos.

Mas, para que isso aconteça de maneira segura, sem causar nenhum risco a sua saúde, toda dieta precisa do acompanhamento de um nutricionista, principalmente as restritivas.

Prof. Dr. Ricardo Zanuto

Doutor e mestre em Fisiologia Humana e Biofísica pelo ICB-USP; Graduado em Nutrição clínica e esportiva; graduado em Educação Física com especialização em Fisiologia do Exercício, natação e atividades aquáticas.